O último viandante
Era um caminho que de tão velho, minha filha,
já nem sabia mais aonde ia...
Era um caminho
velhinho,
perdido...
Não havia traços
de passos do dia
em que por acaso o descobri:
pedras e urzes iam cobrindo tudo.
O caminho agonizava, morria
sozinho...
Eu vi..
Porque são os passos que fazem o caminho.
Mário Quintana em: A cor do invisível
6 comentários:
Que lindo! adorei, é leve e intenso como o saudoso Mario Quintana. Parabéns e obrigada por postar. Beijos
Marcela, tomo a liberdade de também postar...
Homenagem a Quintana:
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.
São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.
São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.
Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.
E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.
Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.
Abraço Júlio
Quintana, um poeta sem igual !!!
Um genio da poesia !
Maravilhoso...amei
Obrigada a todos pela colaboração. Que o correr da vida nunca nos afaste da poesia!
beijinhos de bom fds.
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