terça-feira, 11 de outubro de 2011

Patativa do Assaré


Saudade

Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.

Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.

Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.

A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coça mais quer.

   Patativa do Assaré

6 comentários:

Anônimo disse...

Grande mestre... olha a riqueza do nosso Brasil!!

Roberta disse...

Na sua simplicidade expressa em palavras ricas o mais puro sentimento de uma alma sofrida de um grande guerreiro que sobreviveu às agrúrias dessa vida.

Carla disse...

Como nosso nordeste é rico em genialidade. Beijos

Marcela disse...

Um povo vibrante, criativo e único! Viva os poetas populares!
bjs a todos.

Edinha disse...

"Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá...."

E que maravilha é conhecer os cantares, os saberes e fazeres populares.

Marcela disse...

Que maravilha celebrar com vcs a poesia popular! bjs