Este blog não tem por hábito reproduzir artigos de outros blogs, todavia, abrirá uma exceção para transcrever o texto contundente e emocionado do jornalista Fernando Brito, retirado do blog http://www.tijolaco.com/,
Os que defendem que, em nome da lei, seis mil pessoas possam ser tangidas de suas casas, como se fossem animais, sem que, ao menos, antes de fazerem isso, se preocupem em ordenar, também, e com maior firmeza, que fossem tratados com dignidade, com respeito, que suas crianças fossem abrigadas, que suas vidas – arrancadas dos lares de oito anos – não fossem dilaceradas, deveriam ouvir as palavras de Chaplin nas cenas finais do filme “O grande Ditador”.
Um pobre barbeiro judeu, por ser sósia do ditador Hinkel, ditador da Tomânia, vai parar em seu lugar no momento de um grande discurso de guerra.
Chaplin reproduz, no seu primeiro filme falado, um sentimento que, quem dera, estivesse presente no coração dos homens que têm poder sobre a vida de outros homens, mulheres e crianças.
Quem sabe os doutos desembargadores possam ouvir o que diz o genial vagabundo, a quem Carlos Drumonnd disse: velho Chaplin, as crianças do munto te saúdam.
5 comentários:
Lindo!!
É um relato muito interessante e acima de tudo, ele nos deixa uma grande lição que é na verdade algo que toda a humanidade deveria se voltar, que é: deixar-mos para trás o “eu primeiro” e pensar-mos mais no nosso próximo. Isso é o que é realmente é importante. Isto chama-se AMOR
Esse “nosso” país ainda tem muito a melhorar, apesar da igualdade de direitos existente em nossa constituição, não somos tão iguais assim. O despejo daquelas famílias foi em benefício do mega-especulador Naji Nahas que em 89 praticamente levou a maior bolsa de valores do país (na época a bolsa de valores do Rio de Janeiro) a falência. A Justiça do Rio de Janeiro condenou o especulador e tipificou o crime como falência fraudulenta. Nahas continua vivendo em sua mansão – com quadra de tênis, piscina e elevador, entre outros luxos –, sem ser despejado, prova que a lei para os ricos é uma, e para os pobres é outra. Quem é tirado de suas casas desumanamente são 1,7 mil famílias no Pinheirinho, em São José dos Campos.
CIDADÃO
Lúcio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Esse “nosso” país ainda tem muito a melhorar, apesar da igualdade de direitos existente em nossa constituição, não somos tão iguais assim. O despejo daquelas famílias foi em benefício do mega-especulador Naji Nahas que em 89 praticamente levou a maior bolsa de valores do país (na época a bolsa de valores do Rio de Janeiro) a falência. A Justiça do Rio de Janeiro condenou o especulador e tipificou o crime como falência fraudulenta. Nahas continua vivendo em sua mansão – com quadra de tênis, piscina e elevador, entre outros luxos –, sem ser despejado, prova que a lei para os ricos é uma, e para os pobres é outra. Quem é tirado de suas casas desumanamente são 1,7 mil famílias no Pinheirinho, em São José dos Campos.
CIDADÃO
Lúcio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Chaplin não nos deixa esmorecer! Bom somar aqui nossas indignações e partilhar a emoção da lição de Chaplin. Um grande abraço a todos.
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