quinta-feira, 4 de abril de 2013

Michel Foucault

                                                            Danaide - Camille Claudel


Pensamos que os sentimentos são imutáveis, porém todos os sentimentos, e especialmente os mais nobres e desinteressados, tem uma história; pensamos que o corpo, em qualquer circunstância, obedece às leis exclusivas da fisiologia e escapa às influências da história, porém isso também é falso. O corpo está moldado por uma grande variedade de regimes distintos entre si: é desgastado pelos ritmos do trabalho, do repouso, e das férias; é envenenado pela comida ou pelos valores, através da ingestão de hábitos ou leis morais. Ele gera resistências."

                                           M. Foucault, em História da Sexualidade

2 comentários:

Anônimo disse...

É louvável e salutar mencionar “História da Sexualidade” de Michel Foucault, pois em tempos do badalado “50 tons de cinza”.
“50 tons de cinza” confesso que não li, mas que pelo barulho que faz procurei diversas resenhas e tive horas de conversas com uma pessoa que iniciou a leitura com a maior empolgação e ao seu termino, bastante decepcionada concordou ser uma espécie “Kama Sutra” moderno, e mais grave, pois a finalidade do filósofo Vatsyayana é obter uma vida virtuosa. Em pleno séc. XXI “50 tons de cinza” contém narrativas descrevendo comportamentos depreciativos do ponto de vista feminino. Em minha desprezível opinião um retrocesso em relação às conquistas já alcançadas, tendencioso e incompatível com sociedade que vivemos.
Foucault subdivide “História da Sexualidade” em 3 volumes: “a vontade de saber”, “o uso dos prazeres” e “o cuidado de si”. Faz uma análise histórica da sexualidade, contendo um contraponto com o poder/discurso, com a “moral”, descreve o seu funcionamento, suas “verdades”, sua função social, etc...
Na atualidade o corpo ganha uma super valorização, a sociedade criou a indústria em busca do corpo perfeito/modelo, e nele jogamos nossos sonhos/desejos, o corpo passa a ser o símbolo da sexualidade, consequentemente fator preponderante ao seu desejo. O cidadão comum “tem” que dividir suas atividades cotidianas com a busca pelo corpo perfeito, geralmente alcançado pelas estrelas da mídia, para se tornarem desejáveis, sexualmente falando.

Marcela disse...

Quem é tão brilhante colaborador? Obrigada por enriquecer meu cantinho. Abraço.