sábado, 18 de junho de 2011

Antes que o mundo acabe

Na locadora que frequento, a Galaxe Vídeo da 28 de Março, vasculhando bem, acha-se filmes preciosos e difíceis de encontrar até em grandes redes. É o caso de "Antes que o mundo acabe", uma produção gaúcha, vencedora do Festival do Rio de melhor filme juvenil.
Sou uma entusiasta do cinema nacional. Mesmo quando nao sai um primor, já vale a identificaçao, vale reconhecer nossas paisagens, nossos costumes e refletir nossa realidade, ou mesmo conhecê-la, pois, do Brasil profundo, pouco se sabe.
Mas "Antes que o Mundo Acabe" agrada também como uma história bem contada. A narraçao é feita pela irmá do protagonista, este um adolescente de quinze anos, aquela uma garotinha. É sob o olhar crítico e perspicaz desta garotinha que o se desenrola a trama.
Identifiquei-me com a ambientaçao de cidade do interior, que também fez parte do meu enredo. A história se passa em Pedra Grande, uma cidadezinha de quinze mil habitantes do interior do Rio Grande do Sul, onde ainda circulam fuscas, a imagem da santa passa de casa em casa e a bicicleta é o meio de transporte mais usado.
Neste cenário, Daniel vive os conflitos da adolescência e a descoberta do pai (que nao conhecia) e com ele, um fotógrafo atento á diversidade cultural dos povos, descobre as dores e as delícias do mundo.
O encontro entre pai e filho ocorre por cartas e fotografias, através das quais novas realidades se apresentam a Daniel. Este pai, um cidadão do mundo, faz o contraponto ao universo interiorano, náo para rechaçá-lo, mas para valorizá-lo, na medida em que busca, incessantemente, através de sua arte, preservar a singularidade dos povos, ante o processo inexorável de globalizaçao.
O adolescente passa também a retratar a sua realidade ao pai. Através da cämera fotográfica, capta novos olhares sobre sua cidade, sobre a família e sobre si mesmo.
Outro aspecto que me chamou a atenção é que o filme contou só com atores locais, desconhecidos fora do sul, o que deu mais verdade a narrativa.
Não é um filme extraordinário, mas de uma delicadeza comovente.

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