Injustiça é uma coisa que dói fundo na gente.
As grandes, no sentido de grandes estruturas, como a que condena uma parte da populaçao mundial à indigência. Elas não são naturais e podem, precisam ser mudadas.
E as pequenas, no sentido de cotidianas, as que se passam no nosso microcosmo, geralmente, motivadas pelo preconceito.
Agora que eu tenho um espaço para chamar de meu, passo a relatar uma dessas injustiças presenciada por mim.
É injusto confundir a criatura com o criador, julgar a qualidade da obra, sem, minimamente, conhecê-la, tendo apenas como critério uma simpatia ou antipatia pelo autor. Refiro-me mais especificamente a Amarido, músico integrante do Cambada Mineira.
Eu e Amarildo Silva estamos em campos opostos, diametralmente opostos, quando o assunto é política, mas sento ao seu lado no banquete da festa da música popular.
Sou solidária a quem celebrar a cultura popular, quem militar por ela, a todos aqueles que lutam pela sua sobrevivência.
A todos os artistas deste país que, a despeito da exclusão pela mídia, da imposição goela abaixo da cultura de massa, seguem fazendo arte e, consequentemente, mantendo viva a nossa identidade cultural, em toda a sua diversidade, meus aplausos.
O grupo "Cambada Mineira" também bebe na água límpida e boa do Clube da Esquina. Seu trenzinho musical partiu das Gerais e segue levando a mineirice lá pelas bandas do Rio de Janeiro e, quiçá, deste Brasilzáo.
É uma música, por vezes, intimista, minimalista sem excessos, na medida, enfim, uma musicalidade que aconchega, um cantar preciso, mas sem alarde, um jeito mineiro de ser, do qual, eu, uma estranha ao universo mineirístico, não sei falar com propriedade. Mas minha amiga Edinha, certamente, saberá o que estou querendo dizer.
E vamos colocar música nesta prosa:
5 comentários:
Marcela estava pensando em dá um tempo, como comentarista oficial deste blog, estou um pouco sem Graça, daqui a pouco vão falar que tem mutreta nisso. Mas quando vi uma postagem sobre o Cambada Mineira não pude me furtar, primeiro eu tenho o primeiro CD desse grupo musical, comprei pela internet (não me lembro como descobri, já faz tempo) segundo, Minas ó Minas, que delícia é Minas, estive por lá por logos 6 meses, Minas ficou dentro de mim...
Já tentei pela internet o cd do Paulinho Pedra Azul, fazia o maior sucesso, quando estava em Minas, se conseguir algo favor divulgar.
Sinceramente, não sei nada sobre o posicionamento político dos componentes do Cambada Mineira, vivemos em um mundo plural, e como você mesma descreve “Sou solidária a quem celebrar a cultura popular, quem militar por ela, a todos aqueles que lutam pela sua sobrevivência.” Você fala com propriedade sobre a Cultura de massa, não sei se já leu algum autor da “Escola de Frankfurt” e a sua teoria crítica, se não acho que merece dá uma olhadinha, se não quiser ler diretamente os autores pode dar uma passadinha em algum artigo sobre seus autores (marxistas), que na primeira metade do século XX concentraram seus estudos na análise da sociedade de massa, termo que busca caracterizar a sociedade atual, na qual o avanço tecnológico é colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, enfatizando o consumo e a diversão como formas de garantir o apaziguamento e a diluição dos problemas sociais. Em muitos casos vejo (opinião particular) como um elitismo a critica desses autores, mas vale a pena conhecê-los.
bjus
fabiano
Fabiano,
Não se reprima. rsrs. Fique à vontade para comentar sempre. Vc só enriquece este espaço!
Nao tenho seu conhecimento teórico, minhas impressóes sáo de orelhada mesmo.
Sobre cultura popular, o máximo que cheguei foi a Ariano Suassuna. Se tiver uma oportunidade, darei uma olhadinha nas suas indicaçoes.
Vc é sempre muito bem-vindo!
bjss.
Ah..sobre o Cambada, acho que náo ficou claro para quem nao faz parte da minha categoria. Ele é um dos coordenadores do sindicato. Daí muita gente confunde o sindicalista e com o músico. Quanto ao primeiro aqui náo é o espaço para esta discussáo, quanto ao músico, acho injusto preconceitos.
Marcela, que delícia encontrar o Cambada por aqui. Espalhada pelas Gerais a fora há muita gente boa fazendo arte. Se tem viola por perto então a prosa vai longe entreada de "causos" do "jeitim" mineiro. Aqui,parafraseando os meninos do Clube da Esquina, o que se chamam homens, também se chamam sonhos, e sonhos não envelhecem. Bjims
Edinha, é uma maravilha as diferentes manifestaçoes deste Brasil profundo, né? E é uma maravilha também a sua presença poética por aqui. Já recomendei o seu blog, cheim, cheim de encantos poéticos, para toda gente.
Só náo consegui postar lá. Mas deixo aqui este recadinho.
bjs.
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