Finalmente consegui assisti a este filme. É um daqueles que a gente sai da sala com vontade de voltar para capturar mais alguma coisa, tamanha riqueza de detalhes, metáforas e diálogos. O diretor declarou que cada um deve interpretar a película como quiser. Então vamos a minha leitura:
Cópia Fiel é o título do livro do ator que contracena com Julliette Binoche - um filósofo que sustenta a validade da falsificaçao, já que a arte é a leitura de quem a vê. Mas Cópia Fiel é também os papéis que, em determinado momento, os atores passam a protagonizar: marido e mulher. A partir daí o filme ganha novo fölego, permeado por diálogos conjugais cotidianos, destacando as díspares formas de sentir de homem e mulher, tão díspares que pergunto cá, aos meus botões, se estamos falando de uma só espécie.
Num cenário de belas paisagens da região da Toscana, descortina-se, em meio á mistura de idiomas, a incompreensão da linguagem afetiva dos protagonistas, incompreensáo universal entre o sentir masculino e feminimo, quase inconciliáveis.
É possível uma relaçao amorosa satisfatória? A narrativa dos conflitos emocionais e amorosos dos protagonistas nos conduz a tal questionamento e segue por um caminho de ceticismo, mas o filme não gravita só em torno do pessimismo: como metáfora da esperança, um casal de jovens nubentes e um casal de velhinhos passeam na narrativa, reiterando, sutilmente, a viabilidade da relação amorosa. Uma cena memorável acontece quando os protagonistas se encontram com o casal de velhinhos. Após um tempo de observaçao, o velhinho diz a James que ele deveria colocar a mão no ombro dela. É tudo o que ela quer, diz, sabiamente, evocando a linguagem do afeto. Pequenos gestos podem ser a senha para o entendimento.
Gostei muito.
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