Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus.
Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso - revelou -. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chega perto pega fogo.
Eduardo Galeano em: O Livro dos Abraços
5 comentários:
EMOCIONANTE ! ! !
Que presente é essa pessoa linda existir! Casava-me com o Eduardo Galeano, sem pensar duas vezes rsrs.
Que bonito....que grande es galeano!!!
Oi Marcela, vim agradecer tua carinhosa visita,
e encontro aqui Eduardo Galeano, de quem gosto muito e até possuo esse livro; já publiquei vários textos dele em meu blog.
Percebí que também gostas de literatura, e fico muito feliz por isso porque está cada dia mais raro encontrar pessoas que gostem de uma boa leitura. Adoro ler e compartilhar com as pessoas!Volte sempre por lá, serás sempre bem-vinda!
beijos
As palavras vestem as ideias. Para mim, é o instrumento mais eficaz de sedução. Neste sentido, Galeano, no alto do seus setenta anos, iria me seduzir facim, facim..Eu também entraria nessa fila, Carla. rsrs.
Cirandeira, obrigada pela visita. Äsorei conhecer seu blog!
É bom demais encontrar vcs para celebrar a literatura!
bjs a todos.
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