quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Pablo Neruda



Oda al vino

       Poema escrito na parede do restaurante anexo à Casa Museu Pablo Neruda, em Isla Negra.

3 comentários:

Anônimo disse...

"ODE* AO VINHO"
(Pablo Neruda)

Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vino, liso
como uma espada de ouro,
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto, em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros,
penhascos,
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.

Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto.

*Ode: em grego, significa canto.

Anônimo disse...

"Existe mais filosofia em uma garrafa de vinho que em todos os livros."
Louis Pasteur (1822-1895)

Marcela disse...

Quem é o colaborador que tanto enriquece esse mal ajambrado bloguinho?
Grata por celebrar conosco a poesia.
Abraço.