terça-feira, 19 de março de 2013

Eduardo Galeano


"Dia a dia nega-se às crianças o direito de ser criança. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem, desde cedo, como destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças."

                                                                 Eduardo Galeano

Um comentário:

Anônimo disse...

A CRISE E O SER DA EDUCAÇÃO*
A educação passa por uma crise em que se questiona sua própria legitimidade. A frase, que é título do livro de Hamilton Werneck (1992) – “Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo” – é repetida em vários meios, refletindo a percepção comum de que a educação institucional passou a ser uma farsa.
Não obstante, muito se tem discutido sobre o papel da filosofia como disciplina no ensino médio, com o alerta de que esse ensino só seria benéfico se viesse a contribuir na formação do pensar autônomo do aluno.
Mas antes do conteúdo, o próprio modelo institucional está sendo questionado: “o indivíduo não se verga para o modelo ou instituição quer tenta se impor sobre ele”, mas usa toda sua esperteza para “colocar em xeque o modelo que tenta dobra-lo”. (De Tini, 2012, p.365.) E assim, o aluno se torna autônomo com relação aos dispositivos que procuram discipliná-lo: “sua formação já não se dará mais de forma direta e efetiva pela instituição educacional (...), ele aprende aquilo que quer aprender por si mesmo, sem a influência de um mestre/professor”. (De Tini, 2012, p.351.)
Decorre que o aluno se desenvolve a revelia da escola, e a maior influência, e a maior influência será a do meio em geral, onde dominam a mídia e os materiais com sofisticado apelo sensorial/emocional, facilmente acessíveis com os atuais recursos da tecnologia. (...) (Revista Conhecimento Prático Filosofia, Edição nº41, p.66.)

* Paulo Warschauer, mestre em Filosofia pela Faculdade de São Bento/SP.