domingo, 22 de setembro de 2013


Só que ao vê-lo ali, na sacada, olhando para a noite com um vasto sentimento de ausência, senti que minha primeira impressão, como toda primeira impressão, era falsa. Mais ainda: eu difamava este homem; o difamava porque me atrevia a caracterizá-lo sem conhecê-lo. Deduzia de alguns sinais externos o que o homem interno era.
                                            Carlos Fuentes em: "Federico em sua Sacada"

Um comentário:

Anônimo disse...

“Quando distingo verdade e significado, conhecimento e pensamento, e quando insisto na importância desta distinção, não quero negar a conexão entre a busca de significado do pensamento e a busca da verdade do conhecimento. Ao formular as irrespondíveis questões de significado, os homens afirmam-se como seres que interrogam. Por trás de todas as questões cognitivas para as quais os homens encontram respostas escondem-se as questões irrespondíveis que parecem inteiramente vãs e que, desse modo, sempre foram denunciadas. É bem provável que os homens - se viessem a perder o apetite pelo significado que chamamos pensamento e deixassem de formular questões irrespondíveis - perdessem não só a habilidade de produzir aquelas coisas-pensamento a que chamamos obras de arte, como também a capacidade de formular todas as questões respondíveis sobre as quais se funda qualquer civilização.” (HANNAH ARENDT, In: “A vida do espírito”, 1995, p. 143).