quinta-feira, 28 de julho de 2011

Serena

Você e eu não temos mais amarras pra nos
segurar no cais
Mas você quer o seu navio longe de todo mar bravio
Só que eu prefiro o mar
E acho até que já parei tempo demais, pois quero
é navegar
Por isso é que você e eu nao temos mais
As rotas de navegação iguais
Você só quer estar por perto dos portos de
caminho certo
Mas o meu destino é o mar aberto
Dispenso os litorais, nem quero olhar prá trás.

Você é diferente, só gosta das praias e areais
Eu quero o mar corrente que nem sei prá onde me
leva
Eu quero ver a treva, eu quero o abismo
Eu quero o cataclismo, eu quero os temporais
Não sei ficar assim como quem chega ao fim
Como âncora jogada ao fundo
Contemplando o mundo sem saber dos ventos
Sem saber nem mesmo os pontos cardeais
Não quero ter apenas o seu mar de água serena
Eu quero muito mais
Os maremotos, os rodamoinhos e os vendavais
Porque a bem da verdade
É só na tempestade que eu me sinto em paz.

Paulo César Pinheiro/Pedro Amorim


2 comentários:

fabiano disse...

Nossa, bem realista, pelo menos para o meu momento.

Marcela disse...

Fabiano, Paulo César Pinheiro é um mestre! Sou super fã. bjs.